Brazilian-Americans: Quem somos, quantos somos e o que fazemos

Brazilian-Americans: Quem somos, quantos somos e o que fazemos

Você sabia que existem, de acordo com o Itamaraty, mais de 1 milhão de brasileiros vivendo nos Estados Unidos hoje? Entre eles há imigrantes de primeira geração e descendentes dos que foram atrás do sonho americano. E apesar de parecer uma tendência moderna, que se fortaleceu principalmente no fim do século XX, nós emigramos para os EUA desde o século XVII!

O motivo para esse fluxo de migração tão longo pode parecer inusitado. Acontece que, na época, Recife e João Pessoa estavam sob domínio holandês, assim como Nova York. Isso facilitava o acesso de brasileiros aos EUA, que partiam em navegações holandesas. Os registros oficiais de imigração do país ainda não distinguiam sul-americanos entre si, então só a partir de 1940 os brasileiros começaram a “ser contados” pelos censos dos Estados Unidos.

O maior fluxo migratório, no entanto, aconteceu entre as décadas de 1980 e 1990, quando o fim do governo militar escancarou uma grande crise financeira no Brasil. Mais de 1,4 milhões de brasileiros saíram do país com os destinos mais diversos. Desses, 60 mil se dirigiram diretamente para os EUA. 

Atualmente, o principal censo americano informa que dois terços dos imigrantes brasileiros chegaram depois dos anos 2000, quando novas crises político-econômicas afetaram nosso país.


Mas, afinal, quem somos?

Qual é o perfil dos brasileiros que residem nos Estados Unidos - sejam imigrantes ou seus filhos - hoje? O que eles fazem e onde vivem?

Apesar de esperarmos que os filhos de uma terra tropical com samba e muito sol evitariam estados e cidades muito frias, somente um terço da população de brasileiros se concentra nos estados americanos da Flórida e da Califórnia.

As cidades com maior população de brazucas são, na verdade, aquelas com aquele clima clássico de filme: outono alaranjado e Natal cheio de neve! Em ordem crescente, as cidades americanas com mais brasileiros são: Miami (3º), Nova York (2º) e Boston (1º)! O estado de Massachussets, inclusive, é o segundo com o maior número de residentes brasileiros.

E falando em Boston, a capital de grandes universidades americanas como Harvard, MIT e Northeastern, olha esse dado: 42% dos brasileiros que residem hoje nos EUA possuem diploma universitário e somente 11% não concluíram o ensino médio. Quando comparados à população geral de imigrantes, somos os que possuem a melhor proficiência no idioma inglês e estamos acima da média em termos de educação formal.

Quando falamos em renda, também nos destacamos tanto entre outros imigrantes quanto em relação aos próprios americanos! Nós ganhamos, em média, US$ 61.700,00 por ano. Enquanto outros grupos de estrangeiros ganham US$ 56.700,00/ano e os americanos, US$ 60.800.


O que estamos fazendo nos EUA?

A versatilidade do brasileiro faz com que nossas atividades sejam as mais diversificadas. Tem quem vá para os EUA para estudar (alô, Harvard!), para empreender ou para trabalhar e construir sua família com ajuda daquele famoso sonho americano que já falamos por aqui.

De acordo com o censo mais recente dos EUA, 73% dos imigrantes brasileiros fazem parte da chamada “civilian labor force”, ou seja, estão empregados. E mais de um terço trabalha com administração e negócios, ciência ou artes.

Filhos de segunda ou terceira geração de imigrantes possuem cargos melhores do que seus pais e avós possuíam quando chegaram na terra do tio Sam, e conseguem posições de gerência e destaque em suas áreas de atuação. Estamos trabalhando, subindo em nossas carreiras e consumindo o estilo de vida americano no caminho.


Falando em consumo….

O consumidor brasileiro em terras estrangeiras pode ser bastante exigente! Vamos recapitular? Ele tem formação universitária, é relativamente jovem (tem em média 39 anos), possui uma renda confortável e melhora o status de sua família a cada nova geração!

Estamos falando de um público que vai fazer cada dólar ganho valer a pena, ele vai pesquisar e comparar preços, ficar de olho em ofertas, mas não vai aceitar produtos que não sejam de boa qualidade.

O povo brasileiro também tem uma marca muito forte: a nostalgia. Afinal, a palavra “saudade” só existe no Brasil! É por isso que Nova York, por exemplo, tem um bairro conhecido como “Little Brazil”, no qual o comércio local é formado principalmente por imigrantes brasileiros. E a cidade ganhou até o “Brazilian Day” quando residentes se reúnem em uma festa na rua que é finalizada com um grande show de um artista brasileiro. 

Ou seja, brasileiros adoram se encontrar e, mais importante, se apoiar! Por isso, um brasileiro adora encontrar um empreendedor ou comerciante da sua terra para poder “matar as saudades”. 

São esses os Brazilian-Americans! Você faz parte desse grupo? Conte para gente como tem sido sua experiência morando nos EUA e do que mais você sente saudades no Brasil!